terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Velho e novo


Velho e novo, originally uploaded by PQz.

Voltei a Changi (o aeroporto de Singapura) pela primeira vez depois da minha chegada aqui. O 777 da Cathai pôs-nos em Hong Kong, e Macau estava ali ao lado.

Macau começou ainda no ferry, quando um anúncio gravado com um impecável sotaque dos idos anos 70 informa os falantes de português a bordo que há "uma variedade de comestíveis" ao nosso dispor no bar. O senhor da fronteira não reage ao "boa noite", talvez pelo avançado da hora. É 1 da manhã e deve estar cansado de carimbar passaportes o dia todo. Deixa-se as malas no hotel e segue-se depressa para o Casino Grand Lisboa. Depressa pela curiosidade, porque os casinos não fecham.

Estive em Macau menos de 24 horas e vi duas cidades. A primeira era decadente, artificial, fria. Perde-se e ganha-se dinheiro como se não tivesse dado trabalho a alguém ganhá-lo. Nas ruas as mulheres têm amor para dar e, sobretudo, para vender. As ourivesarias estão abertas pela noite dentro, não vá alguém precisar de dourar imediatamente os ganhos da noite, ou vender o que for preciso para cobrir as perdas.

Durante o dia gostei de Macau. As ruas têm nomes em português, há cafés com pastéis de nata e bicas e no forte dizem aos soldados para erguerem a cabeça com orgulho de um império que já não existe. Mas há sobretudo China, que é uma malta bem simpática.

Um comentário:

  1. e o aviso, no ferry, de que não devemos descurar nem esquecer a bordo, "os nossos pertences"?

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